quarta-feira, 4 de abril de 2007

Cogitações tendencialmente hediondas! # 03

Porventura, até sórdidas...



















"Noite? Que futuro!"

É com grande tristeza que vos escrevo este post. Chegou-me aos ouvidos a notícia que indicia a chegada do dia do JUÍZO FINAL. Preparem-se os leitores mais sensíveis para o pior, pois nem o cenário que Nostradamus previu era tão apocalíptico. Aqui vai: A UNICER decidiu unilateralmente tirar de circulação a mítica garrafa da Super Bock de 33cl em vidro, muito provavelmente ainda durante este ano. Será substituída, segundo dizem, por uma toda modernaça em alumínio. Eu avisei! Estamos definitivamente perante uma tragédia de consequências nefastas e proporções inimagináveis. Pois esta garrafa é mais do que apenas um invólucro de cerveja. Significa para muitos de nós a iniciação aos prazeres do álcool. Daí ela estar envolta em tanto misticismo. Pois encerra no interior do seu espesso vidro a passagem à vida adulta de diversas gerações. É verdade que muitos de nós hoje em dia consumem outras marcas e nem todos ficamos fiéis aquela que deu a conhecer novos mundos ao nosso mundo e alargou os nossos horizontes até limites nunca dantes pensados. Mas, mesmo assim é uma parte de nós que morre com a sua extinção. Isto remete-me para a memória do meu primeiro trago. Hum!!! Aquele líquido fresco a escorrer lentamente pela garganta provocando um desenfreado descarrilar de emoções e sensações indescritíveis. Jurei por Deus nunca mais beber água. E olhem que não sou crente! Fiquei desde logo cliente para todo o sempre! Eu ainda era miúdo de carteira de escola e tínhamos obras lá por casa. Por ironia do destino era sempre eu que saciava os trolhas e principalmente a mim mesmo. Não me envergonho deste acto pois estes não andavam por aí a passear com tijolos às costas, nem usavam capacetes amarelos ou tão pouco coletes reflectores. Como uns e outros que conheço! Se fossem desses bem que morriam à sede pois nem água lhes dava. A não ser que chovesse! Mas, mesmo assim obrigava-os a trabalhar dentro de casa para nem sequer a sentirem, fechava as cortinas para não a verem e ponha a música no máximo para não a ouvirem. Não se pode facilitar com esses “tijolos”. Adiante! Os fulanos da cervejeira argumentam os custos da reciclagem do vidro para a saída de circulação desta tão querida e familiar garrafa. E se todas as marcas decidissem seguir o exemplo da Super Bock? Bem! Aí era o descalabro. Acho que nem só pelo ponto de vista financeiro eles se podem mover. Vou então apresentar duas situações práticas, porque comigo é sempre aos pares, que demonstrem a insensibilidade que é o extermínio deste ícone cultural provando que a nova garrafa nunca irá conseguir colmatar a sua antecessora.

Imaginem uma noite normal na discoteca. Chegamos lá e invariavelmente nos deslocamos para o bar. É puro magnetismo! Mais forte que nós próprios. É impossível de resistir. Para quê lutar?! Se já sabemos de antemão que iremos perder! Como de costume vão estar lá uns tipos que se julgam os protagonistas do “Dirty Dancing”. Aqueles indivíduos largueirões, não fisionomicamente, mas sim em termos de espaço despendido para desenvolverem aquilo a que eles denominam de dança. Dança! Poupem-me. Aquilo parece-se mais com um qualquer ritual de acasalamento lá para os lados da Papua Nova Guiné. Não sei se funciona por lá mas cá os tristes resultados estão à vista. Mas nem só de “dirty dancers” vive a noite. Temos também os tipos que dançam em cima das colunas. Mulheres e fulanos bêbedos, o pessoal ainda compreende e até gosta de ver. Por motivos distintos, é claro. Mas, homens! Sóbrios ainda por cima! Mas ninguém lhes diz que aquilo é ridículo. Embebedem-se mas é! Infelizmente o monstro do anúncio da Nestea, aquele do “Muda’iceteaaaa!!!” não é real. E que jeito que ele dava! Temos então que resolver isto com as nossas próprias mãos. E é também aqui que a garrafa de vidro faz todo o sentido. Basta partir um canto da garrafa no balcão do bar e ficamos com um objecto pontiagudo. A arma branca de eleição na noite. Pois se à coisa que apetece fazer a esses fulanos é aparar-lhes as cartilagens para ver se deixam de tentar acompanhar a música. Se não ouvirem não dançam. Mas se mesmo assim eles insistirem, basta uma pequena incisão nos rins para a coisa acalmar. Estes pensamentos que não raras vezes me invadem até são muito joviais e bastante saudáveis. Se exceptuarmos é claro, os pedaços de vidro que eventualmente possam cair ao chão. Isso é que não! Ainda magoam alguém que ande descalço…

São estas e outras situações que a garrafa de vidro vinha a combater diariamente. Após o seu anunciado desaparecimento no que se irá tornar a noite? Primeiro os copos de vidro agora as garrafas de vidro. Qualquer dia o whisky é servido em quê? Garrafões de Plástico! O que mais nos reserva o futuro noctívago?

5 comentários:

JstHempit disse...

Realmente nao tem jeito nenhum... a cerveja sabe melhor, fica mais fresca do que na merda das latas, e realmente sem garrafas de vidro o morangos vai ficar sem armas!!!!
quanto aos Travoltas que aparecem sempre se não há monstro do ice tea pelo menos que haja inspectores como no gato fedorento que nao deixem abusar!!! Em vez da GNR ou a PSP andar a fazer o pessoal soprar no balão deviam era tar nas discos a multar esses tipos que nem sabem fazer de conta que estão bebedos e dançar como deve ser! Quanto a mim tou de consciencia tranquila... ninguem me ve na pista a nao ser que esteja completamente plastificado!

Papshmir disse...

A cerveja a saber a aluminio...BLARGHHHH...Quantos aos "bailarinos"...teriam de apresentar um atestado médico onde dizem que tem coordenação motora, aos porteiros da discoteca.Eles são uma ameaça para as outras pessoas...e se tiverem uma garrafa de cerveja de aluminio, pior ainda...FUJAM.....

PJM disse...

Já pensaram nas mil e uma maneiras que as pessoas têm de beber cerveja pela garrafa??? Muita da história vai ficar perdida. Os que metem o indicador no buraco e fazem o típico (SHLOCK) os que metem o gargalo todo na boca, os que não tocam com os lábios no vidro, os que apoiam o gargalo no lábio inferior e depois travam a saída do precioso líquido com a língua, os que a bebem de penalty, ... e muitas mais. Com certeza se lembram de muitas mais e já muitas vezes partiram a moca rir com alguns dos vossos camaradas a tentarem imitar alguns bebedores mais originais.

J074C3 disse...

pois é a´s está masi um bom tema de post: as 1001 maneiras de beber uma bejeca. ate tem pinta de nome de livro e coisa e tal. Tb já existe as 1001 maneiras de cozinhar bacalhau, deixar de comer em excesso, deixar de fumar, etc... porque não uma de um tema que nos interessa a todos e possamos realmente entender e ate quem sabe comentar.Mais uma bem apanhada pelo pjm continua com as "censuras" de qualidade...

Anónimo disse...

Conheço uma rapariga que ia morrendo porque cortou o pulso sem querer com um copo de vidro! Os copos de plástico são optimos, nao sejam atrasados mentais!!